domingo, 4 de julho de 2010

BeScary.com -p1

Ainda me lembro de quando tudo começou. Era fevereiro de 1997. Desde que aconteceu, nunca mais tive paz em minha vida. Agora você se pergunta "quem sou eu”? Meu nome é Mariana, tenho 30 anos. Hoje em dia, sou conhecida como a "louca" do Bloco H. Prisão de segurança máxima. Acusação? Assassinato. Vim aqui só contar minha história, não vou dizer que sou inocente.

FEVEREIRO DE 1997

Eu estava me preparando para a volta ás aulas. No dia 7, eu resolvi viajar. Destino: Floresta de Baggins. Fazer o que lá? Ora, acampar, claro. Sempre fui fã de histórias de terror. Resolvi pesquisar sobre meu destino. Haviam contos de que em 1966 na Floresta de Baggins havia a bruxa de Baggins (jura que era esse nome? ), que foi perseguida por sequestrar e matar criancinhas. Seus corpos nunca foram encontrados. Clássico.

A viagem tinha tudo para dar errado. Era muito próximo da volta ás aulas, era uma época em que a floresta se tornava perigosa, por causa de certos assassinatos que ocorriam. Sempre gostei de um pouco de adrenalina.

Havia um porém, como sempre. Meus pais ainda estavam viajando, não se importariam se eu fosse acampar enquanto eles estivessem em um cruzeiro. De meus amigos, nem sinal. Resultado: fui sozinha.

Ao chegar à floresta, já senti um clima meio estranho. Estava frio em pleno verão.

Armei minha barraca em uma clareira, acendi uma fogueira.

Olhei para o céu. Parecia que uma forte tempestade se aproximava. Resolvi então acrescentar uma lona extra, para não morrer afogada na barraca, se chovesse.

A escuridão não demorou a chegar.

Chegou rápido de mais.

A fogueira acesa atraía alguns pares de olhos no meio do breu.

Resolvi apagá-la.

Como consequência, me recolhi cedo.

Eu estava no meio de um sonho perturbador, quando acordei, assustada.

“Calma, não passa de um sonho.” Foi o que eu pensei.

Olhei no relógio.

3h a.m.

Embora estivesse cansada, não consegui adormecer tão cedo.

Pareciam que diversos pares de olhos a observavam enquanto dormia.

Acordei novamente.

O mesmo sonho.

A mesma sensação de estar sendo vigiada.

Ouvi passos.

A barraca, coberta com a lona escura, não me deixava ver nada.

Eu me encolhi, o frio aumentara.

Peguei uma lanterna.

Quando ia ligá-la, o fogo se acendeu mais alto e forte do que antes.

Eu vi sombras.

Suspirei.

Eram apenas crianças.

Algo estava errado.

Não me recordava de meu sonho.

Tentar me lembrar dele era como tentar segurar fumaça. Segurar fumaça com as mãos.

De súbito, me lembrei.

Não era possível, só podia estar sonhando novamente.

Tentei acordar, mas nada acontecia.

As crianças começaram a cantarolar e girar em volta da barraca.

Lá lá lá lá lá.

Eu via suas pequenas sombras se movendo ao meu redor, mutiladas.

LÁ LÁ LÁ LÁ LÁ.

A cantoria se fortificou.

Suas mãos encostavam-se à barraca, eu conseguia ver perfeitamente seus pequenos dedinhos.

LÁ LÁ LÁ LÁ LÁ !

A cantoria só se fortificava, seu ritmo aumentava.

O bater de seus pequenos pezinhos no chão começou a parecer um trovão.

A poeira se levantou ao redor da barraca.

-JÁ CHEGA! – eu disse, e saí da barraca.

Silêncio.

A fogueira estava apagada novamente, nada mais podia ser visto.

Uma gota caiu em minha face.

Começara a chover.

CONTINUA...

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