2ª fase:
3ª fase:
Ele é assim. Único. Ele brinca. Ele abraça. Ele ri. Mas ele não sorri. Não se sabe se é porque não sabe ou se nunca arranjaou um motivo para sorrir. Não se sabe se ele está triste ou com sono. Se está feliz ou mascarado. Se não ama ou se sofre por amor. Não dá pra saber. Mas elas, sabidas, fizeram um pacto. De que custe o que custar, elas lhe dariam um motivo para sorrir. E darão.
Aula de matemática. Nunca era tãão animada assim, mas hoje estava pior. Muito pior. Talvez fosse o sono, ir dormir 2h pra acordar as 5h sempre é uma má ideia. Talvez fosse o calor, a sala abafada com teto de isopor mais parecia um forno. Talvez fosse o vazio que eu sentia, por tudo que acontecera na noite passada. Não sei. Mas estava cansada. Quando fui me ajeitando pra dormir na carteira, vi algo que me incomodou. Um homem. Ele me fitava com um olhar ameaçador, meio de ave de rapina, sabe? Eu o encarei por alguns momentos, e desviei os olhos para o professor, que já me olhava desconfiado. Algo ainda me incomodava. Olhei de novo. E lá estava o homem. De novo. Me encarando ameaçadoramento. Um arrepio percorreu minha espinha. Estranho. Muito estranho. Olhei para o professor, e quando procurei o tal homem novamente, ele havia desaparecido. Com um suspiro, deitei na carteira novamente. E lá estava ele. Me encarando. De novo. Lancei-lhe um olhar indagador, ao qual ele não respondeu. Era o calor. Só podia ser. Estava tendo alucinações. -'Biel? -Que foi? -Olha lá fora, na porta. Que cara estranho, né? -Que cara? Não tem ninguém lá fora... - o homem havia sumido. -SHIIIIIIIIIU vocês dois, prestem bem atenção na explicação. Olhamos para o professor. Quando ele virou as costas, eu disse: -Tinha um homem lá fora. Me olhando. Barbudão. Assustador. -Gi, não tinha ninguém lá fora. -Como assim não tinha? Eu não tô louca! -São as dorgas, manola. Eu falei pra você parar com o LSD, faz mal, sabia? -HA-HA. Engraçadinho. -Vocês dois, mais uma vez e eu coloco vocês pra fora! Revirei os olhos. Só mais 15 minutos e a tortura acabava. Respirei fundo. Fui dormir de novo. E lá estava ele, novamente. Na porta. Me encarando. Ignorei-o. Eu estava realmente com muito sono. PÉÉÉÉÉ! Maldito sinal. Não queria sair da sala. Não com aquele cara lá fora. Mesmo assim, fui carregada pela multidão atravéz dos corredores. -'Biel? -Fala. -Ele sumiu, 'Biel, o cara da porta. -Você tá bem, Gi? Tá com febre? Alucinações do sono? Usou LSD nas últimas 72h? -AH, para palhaço! Eu tô bem. Eu juro que vi, 'Biel, acredite em mim. -Eu acredito. Acredito em tudo que você disser. Fosse alucinação, fosse verdade, ele vai sempre acreditar. Porque melhor amigo é pra essas coisas, vai sempre estar do meu lado, quer eu esteja alucinando ou não, ele sempre estará aqui pra me apoiar. 
