terça-feira, 2 de novembro de 2010

Someday, somehow, i'm gonna make it alright, but not right now...♪

"Quando te vi naquele dia, vi que nada pelo qual lutara valera tanto a pena quanto tudo que eu fizera para chegar até você. Achei que aquele sentimento nunca se esvairia, que tudo aquilo que me agarrara não me largaria mais; nunca mais. Que ficaria grudado em, não somente em meu coração, mas em meu corpo inteiro. Achei que aquela sensação invasiva ficaria para sempre.
Mas então, descobri o quanto você mudara. E não falo somente do quanto crescera e do corte de cabelo novo. Aquele não era mais você, não era mais o alguém que fora meu melhor amigo, meses atrás. Sua índole não é e nunca mais será a mesma, você não é mais aquele bobo sorridente do verão passado. Você estava fechado, amargo, e embora seus lábios se curvassem naquele mesmo sorriso pelo qual me apaixonei, seus olhos, seus lindos olhos cor de noite, não sorriam. Não mais. Sei que não é fácil passar pelo que você passou, sei que eu também mudei e também sei que você descobriu coisas sobre mim que são difíceis de explicar e ainda mais de entender.
Dizem que a guerra muda as pessoas. Agora sei como as mulheres que aguardavam seus namorados-soldados se sentiram ao revê-los. Euacho.
Não quero ter de dizer novamente 'eu te amo' porque estaria mentindo para mim mesma. Não estou dizendo que é o fim, mas também não posso dizer que é a continuação. Pode me odiar, eu deixo. Só, por favor, não me procure mais, pois se me achar, não posso dizer que vou agir de forma tão passiva.

A gente se esbarra, Gabriel."
Demetra terminou de reler a carta e colocou-a por de baixo da porta. Mais uma carta.
'já foram três, faltam dois'
Se relembrou da reação de Felipe, que nem carta tivera. Ele fora o primeiro, ela não poderia prever como se sairia. A carta era o melhor jeito. As cartas. Faltavam duas, a serem escritas e depositadas. Principalmente para ele, seu primeiro e único grande amor.
O som de um galho quebrando lhe fez perder a linha de raciocínio. Ela então olhou para o relógio.
-Merde! - exclamou baixinho. Demorara demais.
Com reação de francesa, blusa amarrada na cintura e olhar decidido, ela seguiu em frente a passos largos. Não poderia demorar. Ou então, a vida dele correria total e pleno perigo. Seu primeiro e único amor.


shiiiiu ! ;]